Um estudo agora publicado conclui que as pessoas que lêem livros de autoajuda estão na mesma, contra tudo o que seria de esperar. Por esta altura e uma vez que a maioria das pessoas que procura este tipo de literatura já vai no quarto ou quinto bálsamo de esperança, devia estar tudo a encarar o futuro com outros olhos. Porém, estão na mesma.
“Não, meu amigo, ainda creio que não sirvo para rigorosamente nada”, confessa Simplício, que aproveitou a black friday para comprar mais dois ou três compêndios de ânimo e citações poderosas.
“Boa, é isso mesmo, agora sim estou animado”, conclui entretanto Simplício, depois de ser confrontado com a hipótese de deixar de lado esta poesia moderna e começar a fazer coisas bonitas, em vez de passar o tempo a ler que é possível fazer coisas bonitas. “Fiz scones”, interrompe agora mesmo Simplício. “Ora, aí está uma coisa bonita!”, afirmam os seus amigos.
É curioso, porque o estudo hoje divulgado conclui isso mesmo, que é melhor fazer logo scones do que estar a ler que um dia vai abrir uma loja de scones; docinhos esses que, por serem feitos com amor, vão ser os melhores do bairro. Já se sabe que depois vai abrir uma fábrica, que se tornará numa multinacional e entretanto casa-se com aquela colega da escola que nunca quis nada com ele mas entretanto ficou tarada por scones.